Revisado em Chodesh HáShishi 5776 – 6º Mês.
Para os cristãos de uma maneira geral trata-se de um lugar paradisíaco onde nem morte nem dor existem, as flores não murcham e os animais vivem em perfeita harmonia. Mas quando é perguntado onde esse lugar pode ser encontrado e o que o Eterno revelou sobre o mesmo, não sabem responder e utilizando basicamente os escritos do Novo Testamento e da mitologia grega e egípcia procuram fundamentar essa doutrina.
Breves relatos sobre esse tema nas Escrituras Hebraica, nas Escrituras Cristã e na Mitologia Grega.
# Um detalhe interessante é que as características do paraíso como tem sido ensinado pela cristandade assemelha-se com a descrição do “Campos Elísios” mencionado na mitologia grega como também aos contos de fada encontrado na literatura infantil.
# Os teólogos que viveram na época em que o cristianismo começava se organizar, procurando fazer do mesmo uma ponte de ligação entre a cultura greco-romana e a cultura hebraica (Israel - o povo que o Deus eterno colocou como Sua testemunha), deram origem a um movimento (instituição) independente conhecido como “Igreja Cristã” que em nossos dias é formado por múltiplas denominações independentes entre si.
Como podemos observar no exposto acima, aqueles teólogos, à semelhança de Filo, filósofo judeu contemporâneo de Jesus que viveu em Alexandria, procuraram harmonizar o que é ensinado na Escritura Hebraica com a filosofia grega a fim de converter cidadãos de cultura greco-romana. Sendo assim, ao criar a doutrina do paraíso mantiveram no paraíso cristão a árvore da vida mencionada na Escritura Hebraica e acrescentaram o rio da vida mencionado na mitologia grega pensando assim converter os dois grupos para a igreja cristã.
O que a astronomia revela sobre a localização do paraíso cristão e a morada do Deus eterno?
Com uma breve noção de Astronomia à luz das Escrituras entendemos que o universo mesmo sendo um lugar inóspito onde a vida como a conhecemos é inviável devido as características de seu ambiente (múltiplas radiações, nuvens de gás, poeira, baixa temperatura, etc...) ele proclama a glória de Deus. Salmo 19:1-6.
Mas a que Céus se refere este Salmo?
A diferença entre o conceito de Céu mencionado na Escritura Hebraica e o céu ensinado pela igreja cristã em suas múltiplas denominações é que a medida que o conhecimento científico avança, em especial na área da Astronomia, fica cada vez mais evidente sua harmonia com o primeiro conceito, enquanto que para o segundo conceito fica mais evidente sua harmonia com os relatos da mitologia grega.
Mas o que vem ser o Céu, habitação do Deus eterno?
Que a morada do Deus eterno é um corpo celeste no qual esta estabelecido Seu trono de onde administra Seu vasto domínio através de Seu exército de anjos (Gn 19:1,12-13; II Rs 6:12-18; Sl 34:7; Dn 10:4-19; Isaias 40: 26; etc... ) podemos compreender ao estudar as características do santuário construído por Moisés no deserto.
Sabemos também que da face do Eterno emana uma energia de tal intensidade que a vida como conhecemos não suportando tal radiação se extinguiria (Ex 33:18-23); até mesmo os seres celestiais caso não se preparem devidamente para comparecer ante Sua presença perecem como exemplificado na simbologia dos sacerdotes (Lv 8:33-36; 10:8-11).
Festa dos Tabernáculos
O Tabernáculo construído por Moisés no deserto era coberto por três camadas, uma de pêlos de cabra, outra de peles de carneiro tintas de vermelho e uma terceira de peles de texugo (Ex 26:7-14; 36:19), rodeado ao sul, norte e ocidente por tábuas revestidas de ouro, uma cortina fechando a entrada do tabernáculo separando-o do átrio, e um véu em seu interior separando o lugar santo do santíssimo Ex 26:31-37 que bloqueava a glória (radiação) que provinha de seu interior quando a presença do Eterno ali se manifestava, glória essa que caso não fosse bloqueada eliminaria todos que naquele momento ali se encontrassem.
Fazendo uma analogia com o planeta Terra observamos que a Terra é envolvida pela atmosfera (camada de gases que envolvem o planeta) e um campo magnético que protege seus habitantes das múltiplas radiações cósmicas que caso não fossem bloqueadas tornariam inviável a vida na mesma. O Céu, habitação do Eterno, é envolta por camadas que protegem toda criação da radiação que d’Ele emana.
Os próprios sacerdotes que assistiam no interior do tabernáculo, antes de ali entrar para comparecer diante do Eterno, precisavam se purificar com a água que se encontrava na pia de bronze localizada logo na entrada do mesmo para que não fossem eliminados pela glória nele existente.
Da mesma forma que o Tabernáculo representa um corpo celeste onde esta estabelecido o trono do Deus eterno, a pia de bronze representa um corpo celeste menor próximo ao primeiro onde os seres celestes antes de comparecer diante do Eterno se purificam para que não sejam eliminados pela glória que d’Ele provém.
Sabemos que os sacerdotes na simbologia bíblica representam anjos. Portanto considerando o que já aprendemos acima podemos dizer que o Tabernáculo construído no deserto representa um corpo celeste no qual esta estabelecido o trono do Deus eterno, e a Pia de Bronze um corpo celeste menor onde os anjos se purificam antes de retornarem à presença do Eterno para O servir. (Ex 29:4; 30:18-21; 40:30-32; etc...).
Quanto a herança dos salvos, a simbologia do santuário apresenta as doze tribos de Israel ao redor do Tabernáculo (Nm 2:1-3, 10, 17, 18, 25), e considerando que na mesma simbologia bíblica o termo sacerdote é empregado para representar anjo (mensageiro), e sendo a promessa do Eterno para Israel que este Lhe seria um reino de sacerdotes Ex 19:5-6 (anjos = mensageiros) fica evidente que a herança dos salvos encontra-se nos quatro cantos dos céus ao redor da habitação do Eterno.
Quanto ao Céu conforme ensinado pela cristandade (católicos e protestantes), trata-se de um lugar paradisíaco onde para alguns os salvos viverão por mil anos e para outros eternamente, um lugar onde não existirá dor, morte nem pecado. Na verdade esse ensino esta baseado na mitologia grega e egípcia onde seus autores procuraram mesclar alguns ensinos das Escrituras Hebraica aproximando dessa forma cristãos e pagãos .
Conclusão
שָׁלוׁם
Shalom!
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